quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Dünyayi Kurtaran Adam (1982) O Star Wars Turco mais trash do universo !

Dünyayi Kurtaran Adam (1982) O Star Wars Turco  mais trash do universo ! 

Não só é um plágio verdadeiro de Star Wars, como lhe rouba praticamente todas aquelas cenas originais de batalhas no espaço e perseguições de naves supersônicas








O homem que salvou o mundo
Original:Dünyayi Kurtaran Adam

Ano:1982•País:TURQUIA
Direção:Çetin Inanç
Roteiro:Cüneyt Arkin
Produção:Mehmet KarahafizElenco:Cüneyt Arkin, 
Aytekin Akkaya, Füsun Uçar, 
Hüseyin Peyda, Hikmet Tasdemir



Depois de uma longa e disputada batalha espacial, dois heróis intergaláticos são encurralados por vilões espaciais num “planeta isolado na periferia de algum sistema solar” e ali têm de sobreviver aos ataques constantes desses vilões, além de ajudar a população local a combater monstros e seres superpoderosos. Eles aproveitam o tempo disponível (que não é muito) para treinar e se exercitar. Tudo isso, claro, há muito, muito tempo no futuro distante…Este é apenas um, dos inumeráveis filmes feitos para calar a boca de quem continua insistindo naquele velho chavão – que já está virando uma espécie de reza entre os poucos entendidos de cinema trash – de chamar Plan Nine From Outer Space, de Ed Wood Jr., de o pior filme de todos os tempos. Esse Dunyayi, produzido na Turquia e dirigido por Çetin Inanç, com certeza merece muito mais esse título que o filme de Wood: não só é um plágio verdadeiro de Star Wars, como lhe rouba praticamente todas aquelas cenas originais – e eu digo originais – de batalhas no espaço e perseguições de naves supersônicas, com direito a tomadas longas e prolongadas da Estrela da Morte, num começo movimentadíssimo.



Darth Vader só não apareceu porque,bem, acho que o diretor tinha sua própria ideia do que deveria ser um vilão espacial. E tinha: um cara grotesco enfiado numa roupa inclassificável e escondido numa máscara pior ainda, e muito, mas muito mais poderoso que o vilão de George Lucas. A história foi escrita e estrelada por um picareta chamado Cuneyt Arkim, a versão otomana do Luke Skywalker, e provavelmente nunca, na história do cinema, um herói teve que enfrentar tantos monstros de pelúcia e robôs de araque como nesse filme, e os efeitos são piores, infinitamente piores do que você pode imaginar.












Numa caverna escondida há uma espécie de fábrica de monstros, que transforma pessoas inocentes em algo parecido com múmias-zumbis untadas com farelo de pão – e os monstros não servem para nada, já que não são mais vistos depois disso. Não me esqueço da cena em que os heróis entram num bar obscuro, repleto de alienígenas mal encarados, e dão uma surra daquelas nos tais aliens (igualzinha aquela sequência que se passa no Guerra nas Estrelas original, num planeta quase todo povoado por bandidos). Mas o melhor de tudo fica para a cena final, a morte do vilão: o herói lhe corta ao meio, longitudinalmente, e, já que não havia maneira melhor de simular o tal corte, os envolvidos nos “efeitos especiais” mostraram o vilão deitado, com a metade da tela escura (a parte que foi cortada) e a outra com a metade do vilão aparecendo; e depois repetiram a sequência, só que do outro lado, para deixar bem claro que, sim, o vilão tinha sido cortado ao meio. Até hoje, foi o efeito mais ruim e precário que já vi na minha vida. Mas isso não é nada: ainda existe uma outra pérola da ruindade, a versão turca de Super-Man, o Filme. É ver para crer.








quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Palhaços Assassinos do Espaço Sideral pode virar série de TV

Palhaços Assassinos podem virar série de TV 

 Stephen Chiodo, diretor do filme original, disse que a série será um remake e uma sequência

o filme de 1988 é uma mistura de sci-fi , comédia e terror

Por um tempo houve uma conversa de que o filme de 1988 Palhaços Assassinos do Espaço Sideralpoderia ganhar uma sequência, porém nesse meio tempo nenhuma informação confirmada foi lançada. Contudo, as coisas parecem estar mudando agora que Stephen Chiodo, o diretor e um dos roteiristas do longa original conversou com o Movie Crypt Podcast e explicou que o longa pode voltar à vida em forma de uma série de TV.
Nós estamos atualmente procurando fazer uma série de longa duração para a TV a cabo. Nós pensamos, devemos fazer uma sequência do filme original ou um remake? E decidimos fazer uma ‘requel’ – uma sequência e um remake. Nós estamos desenvolvendo isso faz um tempo. É uma trilogia em quatro partes e ela segue as aventuras das novas pessoas que vão experimentar a invasão dos Palhaços, e de vez em quando você verá alguns dos personagens antigos ou ouvirá suas histórias serem contadas – descobrir o que aconteceu durante esses 25 anos. É incrível.
Apesar da empolgação pela possibilidade de receber os Palhaços Assassinos de volta no planeta, a fala de Chiodo foi um pouco confusa e levantou muitas questões, será que essa série/trilogia/sequência/remake de longa duração vai dar certo? Não podemos negar que a ideia é tão extravagante quanto o filme original em si.
Separe a infusão de algodão doce, as pipocas monstruosas, a torta ácida e prepare-se para enfrentar o carnaval de horrores!


PALHAÇOS ASSASSINOS DO ESPAÇO SIDERAL

Palhaços Assassinos do Espaço Sideral 

Ao atrair o espectador já com seu título bizarro, os responsáveis por Palhaços Assassinos já revelam que uma coisa têm de sobra: criatividade



Palhaços Assassinos (1988)

Original:Killer Klowns from Outer Space
Ano:1988•País:EUA
Direção:Stephen Chiodo
Roteiro:Charles Chiodo, Stephen Chiodo
Produção:Charles Chiodo, Edward Chiodo, Stephen Chiodo
Elenco:Grant Cramer, Suzanne Snyder, John Allen Nelson, John Vernon,
Michael S. Siegel, Royal Dano, Christopher Titus, Irene Michaels, Aeron Macintyre, Danny Kovacs




Palhaços Assassinos… do espaço sideral. Puta merda!“. Ao citar o nome original do filme quando os heróis de Palhaços Assassinos do Espaço Sideral vão até a delegacia para contar sobre os acontecimentos bizarros que presenciaram, o veterano guarda Moony, com aquele ar cético que só policial de filme B americano tem, parece refletir a mesma incredulidade do espectador. Quer dizer, quem iria imaginar que palhaços assassinos – e espaciais – existissem; ou, no caso, quem iria imaginar um dia assistir um filme sobre Palhaços Assassinos Espaciais? Se já seria um tanto absurdo uma história sobre palhaços assassinos, quem dirá um sobre palhaços assassinos vindos do espaço sideral?
Ao atrair o espectador já com seu título bizarro, os responsáveis por Palhaços Assassinos já revelam que uma coisa têm de sobra: criatividade. E assim fizeram um dos mais memoráveis e absurdos filmes B dos anos 80.

Eu era um gurizão ainda, mas compartilhei do mesmo ceticismo do guarda Moony (interpretado pelo veterano John Vernon, de Clube dos Cafajestes) ao ouvir a chamada de Palhaços Assassinos na TV Bandeirantes, em tempos imemoriáveis. Não foi na época em que a Band cansou de reprisar o filme no Cine Trash, mas sim anos antes, quando ele foi exibido pela primeira vez num programa “sério” de filmes de horror que a emissora tinha, chamado Cine Mistério, e que passava à noite. No caso, a Bandeirantes exibiu um comercial que tratava o filme – e a ameaça dos Palhaços Assassinosespaciais – a sério, como se fosse uma assustadora história de terror. E na hora em que vi aquela chamada eu lembro de ter pensado: “Palhaços Assassinos espaciais? Não pode ser verdade!“.
E foi assim que Palhaços Assassinos do Espaço Sideral inseriu-se entre os meus filmes de estimação. Ele é tão colorido, divertido, absurdo, engraçado e criativo que somente uma pessoa muito chata e mal-humorada não iria embarcar na ideia, uma espécie de sátira aos velhos filmes de ficção científica americanos dos anos 50, com suas ameaças alienígenas vagabundas a pequenas cidadezinhas dos Estados Unidos. É o tal do filme em que a história não importa (até porque ela é fraquíssima); o que vale é a execução. Em seu caldeirão de cultura pop, os irmãos Chiodo – diretores, produtores e roteiristas deste seu projeto dos sonhos – incluíram referências ao maior número de filmes possíveis, através de situações banais já vistas e revistas em centenas de produções, do velho fazendeiro que vai atrás de um meteoro que viu cair na floresta (tirada de A Bolha, dos anos 50) aos adolescentes que combatem a ameaça com o descrédito da polícia (situação advinda de qualquer filme do gênero feito nos últimos 50 anos), passando ainda por humanos presos em casulos (à la Invasores de Corpos) e outros clichês do gênero. Tudo já foi visto antes; mas a execução é tão charmosa, e criativa, que emana um frescor de novidade.

Quem nunca viu o filme – se é que existe tal pessoa, depois que o Cine Trash fez o favor de reprisá-lo umas 15 vezes – deve estar se perguntando se Palhaços Assassinos é pra valer, levado a sério, ou uma esculhambação assumida. Acredite se quiser, mas é um filme esculhambado que se leva a sério. É muito diferente, por exemplo, das produções assumidamente toscas da produtora Troma (tal qual a série The Toxic Avenger), que se caracterizam por serem propositadamente ruins. Palhaços Assassinostem uma excelente produção, ótimos (e baratos) efeitos especiais e um elenco desconhecido, mas empenhado, que não fica fazendo competição de quem atua pior. Além disso, o filme raramente extrapola o limite do bom gosto, de maneira que eu não concordo que possa ser considerado, simplesmente, “trash” – o rótulo que normalmente ganham as produções que, de tão ruins, são boas, embora hoje em dia qualquer filme de terror seja assim chamado. Palhaços Assassinos é trash? Talvez a ideia, a concepção, sim; mas a realização, com certeza, não é. Estamos diante de um verdadeiro e espirituoso filme B, é verdade, mas muito longe de ser ruim.
Tudo bem, tudo bem, trata-se de uma esculhambação levada a sério. Mas assusta? Óbvio que não! Talvez assustasse se os diretores fosse uns manés quaisquer, que colocassem seus Palhaços Assassinos atacando a população da cidadezinha com machados e facões afiados. Mas os irmãos Chiodo são uns caras legais. Eles fizeram um filme onde os Palhaços Assassinos do espaço sideral(hehehe) usam artifícios criativos para eliminar suas vítimas, através de objetos, situações e brincadeiras feitas pelos palhaços como se estivessem num grande circo. Assim, as pessoas são mortas com torta de creme na cara e armas que disparam pipoca, ou então acabam presas em balões e casulos de algodão-doce (!!!). No universo bizarro e bem humorado do filme, até um simples jogo de sombras refletidas numa parede pode ser mortal! E embora inclua umas duas ou três cenas que são um pouquinho mais sérias e podem até parecer arrepiantes – como a do palhaço tentando atrair uma menininha para fora da lanchonete com uma marreta enorme escondida por trás das costas -, Palhaços Assassinos não é um filme assustador. A não ser, é claro, que você morra de medo de palhaços, como os próprios irmãos Chiodo.

Na trama, é tarde da noite de uma sexta-feira na pequena cidadezinha americana (fictícia) de Crescent Cove, que bem poderia ter saído de um daqueles filmes sci-fi antigões, onde os jovens se encontram em lanchonetes para comer hamburger e milk-shake e vão namorar no banco traseiro dos seus carros no topo de um morro. É ali, no chamado “Top of the World” (Topo do Mundo), que encontramos nossos heróis, o casal Mike Tobacco (Grant Cramer, filho da veterana atriz de Hollywood Terry Moore, que fez vários filmes nos anos 40 e 50) e Debbie Stone (Suzanne Snyder, que apareceu em A Noite dos Arrepios e A Volta dos Mortos-Vivos 2). Mike e Debbie estão com seu carro estacionado junto com os amigos, namorando, curtindo uns bons momentos deitados num bote inflável (!!!) e tomando champanhe, quando algo flamejante cruza a escuridão da noite, no céu. Um meteoro, talvez? Debbie, curiosa como toda moça em filmes de terror (e fora deles), insiste para que Mike pegue o carro e vá atrás do meteoro com ela. E ele vai, é claro.
Só que não é um meteoro, como iremos descobrir rapidamente. Um velho fazendeiro – que nos créditos é chamado de Gene Green, mas nunca é nomeado no filme – também vê o objeto flamejante cruzando o céu e exclama, surpreso, para seu cachorro (!!!), chamado Ursinho Puff: “Você viu só, Puff? O Cometa Halley pousou aqui no nosso quintal!“. hahahahaha. No caso, o pobre fazendeiro é interpretado de maneira propositalmente ruim e fiasquenta pelo veterano Royal Dano (de A Casa do Espanto 2, falecido em 1994), o único que atua como se estivesse numa comédia escrachada. Com seu “Ursinho Puff” do lado e levando uma pá e um balde (o que ele esperava fazer, recolher o “Cometa Halley“?), o velho fazendeiro põe-se a atravessar a floresta até o local onde caiu o “meteoro“, imaginando que montes e montes de pessoas virão ao seu quintal para ver aquela formidável atração. Só que no local onde o “meteoro” caiu ele só encontra uma luminosa tenda de circo, amarela e vermelha. E, do alto de sua ingenuidade caipira, diz bobagens que perdem a graça e o sentido na tradução, como “What in the blue blazes is the circus doing here in these parts?“, ou “There’s something kinda peculiar around here“. hahahaha. “Peculiar“??? quaquaquaqua!!!!

Mas vamos aos fatos: nosso amigo fazendeiro, com sua pá, seu balde e seu cachorrinho chamado Ursinho Puff, vão até a tenda com a esperança de conseguir alguns ingressos grátis (hehehe) para o circo. E assim que se aproximam, descobrem que o circo não é o que parece ser. Principalmente porque uns palhaços medonhos, vestindo roupas berrantes, surgem com armas coloridas que parecem de brinquedo e disparam uns raios rosa-choque no velhote. Corta para o casal 20, Mike e Debbie, que chega ao mesmo local e também acha o máximo aquela tenda luminosa e colorida. Eles nem estranham muito o fato da entrada do “circo” ser um túnel colorido e repleto de badulaques. “Parece que este lugar foi decorado por palhaços!“, exclama o muito observador Mike, para depois completar: “Deve ser aquele novo circo europeu“. hahahaha. “Circo europeu“??? Caramba!
Zanzando pelo interior do “circo“, os jovens ocasionalmente chegam a um elevador e vão parar primeiro numa colorida estação de energia, depois no que parece um depósito de armazenamento de algodão-doce, com grandes casulos rosa-choque pendurados. “Não sei o que vimos antes, mas com certeza isso é uma fábrica de algodão-doce, e aqui eles penduram o algodão-doce para secar“, arrisca Mike. “Fábrica de algodão-doce?” “Pendurar para secar?” Mas em que mundo será que Mike Tobacco vive??? hahahaha. Não demora para o casal descobrir a verdade, quando puxam um chumaço de “algodão-doce” de um dos casulos e descobrem o corpo semi-corroído do velho fazendeiro aprisionado momentos atrás. Apavorados, Mike e Debbie percebem que não estão num circo, mas sim na terrível nave dos tenebrosos Palhaços Assassinos do espaço sideral. Numa amostra de que tem um QI privilegiado, Debbie larga uma pérola: “Eu não acredito em UFOS… Mas, se eles existem, estamos presos dentro de um!“. hahahahaha. Bem observado…

A dupla foge correndo, perseguida primeiro por um palhaço com uma bazuca que dispara pipocas (!!!), depois por dois outros palhaços que “fazem” um cão farejador com bexigas de gás, num dos melhores momentos visualmente criativos do filme – uma piada que, sem dúvida alguma, deve ser aplaudida de pé. O “cão” segue o faro de Debbie e Mike pela floresta, mas é tarde demais: eles já chegaram ao seu carro e estão voltando a mil para Crescent Cove, para alertar as autoridades. Não que isso vá ajudar muito, é claro… Não se esqueça: estamos num filme de ficção científica classe B! O xerife titular da delegacia está em viagem e a autoridade é dividida entre o policial veterano, o violento Curtis Moonyanteriormente citado, e o policial jovem e gente-boa, Dave Hanson (John Allen Nelson, que também combateu criaturas esquisitas no papel-título da terceira aventura da série Deathstalker). Moony é o típico velho recalcado que não suporta a juventude e prende qualquer rapaz que encontra com uma garrafa de cerveja na mão; Dave é mais tolerante, mas Mike é uma exceção – porque Dave é um ex-namorado de Debbie. Sentiu o drama?

Quando Mike e Debbie surgem na delegacia gritando histórias mirabolantes sobre palhaços, casulos de algodão-doce e cadáveres, Moony solta a ironia do começo do texto: “Killer clowns… from outer space. Holy Shit!“. Dave quer ir ao local dar uma olhada, mesmo com Moony alertando que aquilo tudo é uma brincadeira da garotada e que vão fazer ele de bobo. E é óbvio que quando Mike e Dave chegarem na floresta com a viatura, após deixar Debbie em casa, a tenda de circo não estará mais lá. Acontece que os Palhaços Assassinos trocaram sua base e já estão invadindo a cidade, matando as pessoas da forma mais brincalhona possível e aprisionando outras em casulos de algodão-doce (cujo propósito é descoberto mais tarde).

Aí entra uma dúvida pertinente: se o objetivo dos palhaços espaciais é aprisionar a galera no algodão-doce, por que é que eles preferem matar alguns dos humanos que encontram ao invés de também colocá-los nos casulos? Essa é facíl de responder: mais do que vilões tenebrosos ou monstros malvados, os Palhaços Assassinos do espaço sideral são verdadeiras crianças malcriadas, verdadeiros piadistas… enfim, verdadeiros palhaços! Eles querem é aprontar, sacanear os outros, fazer brincadeiras de mau gosto, destruir de uma forma divertida e engraçada… Provocar o caos, mas de preferência com palhaçada. E aí vale desde engolir um montão de pedestres com um tiranossauro-rexfeito de sombra refletida na parede (outro dos momentos geniais do filme), até transformar um policial em marionete viva – cena que fica ainda mais engraçada porque a vítima, momentos antes do fato, disse que “não iam fazê-lo de bobo“, ou, em bom inglês, “make dummy with me” (brincar de marionete comigo), piada que se perde na tradução. hahahahaha.

Voltando ao filme: depois de ser tomado por louco graças ao desaparecimento da nave alienígena, Mike consegue convencer Dave do perigo iminente quando eles vão até o “Topo do Mundo” e encontram todos os carros dos outros jovens namorados cobertos com algodão-doce. A estas alturas, a cidade inteira está sob ataque, mas Moony não se convence, mesmo com o telefone que não pára de tocar. “O quê? Levaram sua esposa num balão? Você não precisa da polícia, e sim de um psiquiatra!”, responde ele a um dos muitos pedidos de ajuda. Assim, o contra-ataque parte de Mike, Debbie e Dave, com a ajuda de dois irmãos debiloides e vendedores de sorvete, os irmãos Terenzi, Rich (Michael Siegel) ePaul (Peter Licassi). Apesar de bobões, os irmãos Terenzi mantêm a tradição de que todo vendedor de sorvete se transforma em herói corajoso nos filmes de horror – sendo que Reggie, da série Phantasm é o exemplo mais clássico!

Palhaços Assassinos é um filme fantástico: a ação começa rapidamente e nunca pára, com os ataques dos palhaços preenchendo a maior parte da narrativa. Como as mortes não são padronizadas, e os “vilões” sempre conseguem dar um ar de palhaçada a todas as cenas em que aparecem, o filme se desenvolve com uma surpresa atrás da outra, uma cena de rachar o bico seguida de mais uma, e mais uma, e mais uma. Na sua simplicidade (e absurdo), o roteiro dos irmãos Chiodo é simplesmente brilhante, e sempre aliado a uma bizarra direção de arte e efeitos especiais. O ápice de toda esta loucura é a cena final, que se passa no interior da nave-circo dos Palhaços Assassinos, devidamente transformada em uma “casa maluca” ao estilo dos parques de diversões, com piscinas de bolinhas, corredores tortos e por aí vai… E o que dizer da maneira que o roteiro apresenta a única forma de matar os palhaços espaciais? Genial, genial!!!

Às vezes, até surpreende o fato de Palhaços Assassinos ser um filme barato, pois a maquiagem dos monstruosos palhaços (na sua maior parte, máscaras de látex) é excelente, os efeitos especiais convencem, a trilha sonora de John Massari tem momentos incríveis e a pobreza da produção é compensada com muita criatividade. Alegadamente, o filme custou apenas 2 milhões de dólares – o que não paga nem a camiseta molhada que Jessica Biel usou no remake de O Massacre da Serra Elétrica. Foram imensas as dificuldades dos irmãos Chiodo. Uma cena envolvendo um acidente de carro deu errado e eles nem tinham outro veículo semelhante para refilmá-la (sente só o drama). Com pouco dinheiro, mas muita disposição e criatividade, eles driblaram os problemas orçamentários usando truques simples, de quem passou a infância brincando com uma velha câmera Super-8. Para mostrar um palhaço gigante que ataca no final, por exemplo, eles nem precisaram construir um modelo gigantesco, nem usar CGI (que na época ainda era algo inexistente): simplesmente colocaram o ator com a roupa de monstro numa plataforma elevada em relação aos outros atores e filmaram a partir das suas costas. Resultado: o palhaço parece realmente gigantesco, mas é apenas um cara normal sobre um pedestal!!!

Palhaços Assassinos foi lançado nos cinemas em maio de 1988. Era uma época radicalmente diferente desta em que vivemos, quando os cinemas de shopping-center ainda não tinham tanta força, nem os multiplex. Assim, o filme barato dos irmãos Chiodo fez sua fama no circuito “alternativo“, transformando-se em programa “cult” nos drive-inns, onde era exibido em sessão dupla com outros filmes de “mais destaque“, tipo Rambo 3 (!!!). Ao ser lançado em VHS (no Brasil, saiu selado no começo dos anos 90 pela extinta Alvorada Vídeo), Palhaços Assassinos rapidamente se tornou um clássico podreira ao lado de títulos como O Ataque dos Tomates Assassinos e The Toxic Avenger. Os brasileiros começaram a curtir o filme principalmente após as inúmeras reprises no Cine Trash, mas até hoje esperam pelo seu relançamento em DVD. Lá fora, a produção ganhou uma edição caprichada lançada pela MGM em 2001, com vários featurettes esmiuçando o processo de criação e desenvolvimento do filme, cenas excluídas e até uma faixa de comentário com os hilariantes irmãos Chiodo – que parecem aqueles caras brincalhões que você conheceu na escola e que, mesmo depois de adultos, continuam sendo uns crianções!

Surpreendentemente, mesmo tendo sido feita há quase 20 anos, esta “brincadeira” dos irmãos Chiodo segue sendo adorada apaixonadamente por legiões de fãs no mundo inteiro. Faça uma busca no Google para ver que existem até “fan sites“. Destaco o link, onde há uma troca de e-mails com o diretor Stephen Chiodo sobre uma provável sequência, e este aqui, com muitas imagens e screensavers do filme. A fama dos palhaços alienígenas é tão grande que chegou a desbancar outros filmes com Palhaços Assassinos, como IT (baseado em livro de Stephen King) e O Palhaço Assassino, de Victor Salva.

Com tantos fãs apaixonados, será que um dia veremos um Killer Klowns from Outer Space 2? Para os irmãos Chiodo, a ideia não é de todo desprezível. Eles até já trocaram e-mails com os webmasters dosfan sites em homenagem à obra, dizendo que têm planos de fazer, sim, uma sequência, pois deixaram muitas ideias e piadas de fora do primeiro filme devido ao orçamento reduzido. A ideia ganhou corpo em 1998, mas os Chiodo garantiram que foi o relançamento do filme nos States em DVD que deu o fôlego para eles voltarem a pensar numa nova aventura dos Palhaços Assassinos do espaço sideral. Mas será que valerá a pena trazer de volta aqueles velhos personagens agora com uma roupagem moderna, incluindo efeitos em CGI e um orçamento mais caprichado? Não sei…

Talvez seja melhor que os Palhaços Assassinos continuem no espaço sideral e no primeiro filme. Até porque poucas experiências são tão divertidas quanto ver Palhaços Assassinos pela primeira vez…

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